7.11.09

SERÁ QUE TEM COR O CORAÇÃO?

Angolano

"Ser angolano é meu fado, é meu castigo
Branco eu sou e pois já não consigo
mudar jamais de cor ou condição...
Mas, será que tem cor o coração?

Ser africano não é questão de cor
é sentimento, vocação, talvez amor.
Não é questão nem mesmo de bandeiras
de língua, de costumes ou maneiras...

A questão é de dentro, é sentimento
e nas parecenças de outras terras
longe das disputas e das guerras
encontro na distância esquecimento!"
Neves e Sousa, "Angolano"


O símbolo da TAAG - a palanca negra - foi idelalizado por Neves e Sousa e continua a ser a marca da transportadora aéra nacional angolana.



"A QUESTÃO É DE DENTRO, É SENTIMENTO..."

      

 




5 comentários:

Alexandre Correia disse...

Olá Madalena,

Neves e Sousa tinha toda a razão. Ser africano não é uma questão de cor, nem sequer de local de nascimento. Daí que eu, que nunca vivi nem tive família em África, sinta-me igualmente africano, meramente por opção, por causa de uma paixão. Paixão por essas terras imensas, não propriamente por ninguém. O que não quer dizer que não seja um grande apreciador das gentes africanas.

Beijo,

Alexandre Correia

PS - Não tenho parado, de mala às costas constantemente. Por isso, tenho frequentado tão pouco estas paragens virtuais...

Madalena disse...

Olá, Alexandre, bem vindo.
Acho belíssimo este poema do Neves e Sousa.
A paixão por África só a sente e entende quem por lá passou e neste sentir estão diversos estados de alma que não são dissociáveis entre si e que resultam da beleza da natureza, da imensidão do espaço, da côr da terra, do clima, do cheiro, do mar, da diversidade da fauna e da flora, da história e cultura específicas e comuns, da genuina simpatia e alegria das populações, dos sorrisos e olhos brilhantes das crianças, da música e dos ritmos, das cores, do despojamento e disponibilidade, da riqueza das línguas locais e da língua que comungamos e que tem na palavra "saudade" esse falar e cantar sobre esse mesmo sentir, sem necessidade de tradução.
Não é mito, nostalgia, saudosismo ou fantasia.
Quem vai a África, tenha ou não nascido ou vivido lá, sente sempre esse indizível apelo para lá voltar. Neves e Sousa tem razão.
É como uma espécie de amor, "uma chama que arde sem se ver", um regresso a nós mesmos.Uma vontade inexplicável de sermos lá.
É o que sinto e não sei dizer.
Volta sempre.
Um bejo da
Madalena

NAMIBIANO FERREIRA disse...

Um poema muito especial...

Noesperesnada disse...

Que hermosa canción, seguro que el corazon no tiene color y que todos tenemos sentimientos y energias que nos identifican...

Madalena disse...

Um poema muito especial, una hermosa canción...é-o, de facto e universal, uma questão de sentimento este sentir que a todos toca de alguma forma.