9.1.10

OS MENINOS DO HUAMBO



Com fios feitos de lágrimas passadas
Os meninos de Huambo fazem alegria
Constroem sonhos com os mais velhos de mãos dadas
E no céu descobrem estrelas de magia.
Com os lábios de dizer nova poesia
Soletram as estrelas como letras
E vão juntando no céu como pedrinhas
Estrelas letras para fazer novas palavras.
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade.
Com os sorrisos mais lindos do planalto
Fazem continhas engraçadas de somar
Somam beijos com flores e com suor
E subtraem manhã cedo por luar.
Dividem a chuva miudinha pelo milho
Multiplicam o vento pelo mar
Soltam ao céu as estrelas já escritas
Constelações que brilham sempre sem parar.
Os meninos à volta da fogueira
Vão aprender coisas de sonho e de verdade
Vão aprender como se ganha uma bandeira
Vão saber o que custou a liberdade.
Palavras sempre novas, sempre novas
Palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo.
Assim contentes à voltinha da fogueira
Juntam palavras deste tempo sempre novo
Porque os meninos inventaram coisas novas
E até já dizem que as estrelas são do povo.
Os Meninos de Humabo
Letra e música: Rui Monteiro

3 comentários:

Anónimo disse...

Uma mensagem transportada para o mundo musical pelo Paulo de Carvalho, primeiro, pelo Carlos do Carmo, depois.
Qualquer das versões transmite com seriedade o sentimento do que Rui Monteiro escreveu e musicou.

Lindo!

Malena disse...

Mi querida Madalena: En las manos, en los sueños de los niños, está en futuro del mundo. Cuidemos de ellos.

Es precioso.

Mil besos y mil rosas.

Madalena disse...

verdade, meu caro Observador. Quando tirei a foto no Huambo, encontrava-me dentro de uma viatura e estas crianças, que começaram a acenar-me e a dançar, puseram-me de imediato ligada a esta canção-poema, que comecei a cantarolar, despertada não só pelo título adequado mas principalmente pelo conteúdo que indiscutivelmente remetia para aqueles meninos.
Como diz Malena, como diz a canção, nas óptimas e distintas interpretações de Paulo de Carvalho e de Carlos do Carmo, é nas mãos destes meninos e de outros como eles, é nos seus sonhos e sorrisos que a esperança brota em nós.
Obrigada pelo gentil comentário.
Obrigada, Malena, pelas sempre ternas e amigas palavras e pelo reforço positivo que elas imprimem, ajudando-me a prosseguir.
Um beijo, mil beijos de luz.