19.4.10

SOB PRESSÃO

Tudo é frio e gelado. O gume dum punhal
Não tem a lividez sinistra da montanha
Quando a noite a inunda dum manto sem igual
De neve branca e fria onde o luar se banha.














No entanto que fogo, que lavas, a montanha
Oculta no seu seio de lividez fatal!
Tudo é quente lá dentro…e que paixão tamanha
A fria neve envolve em seu vestido ideal!

No gelo da indiferença ocultam-se as paixões
Como no gelo frio do cume da montanha
Se oculta a lava quente do seio dos vulcões…














Assim quando eu te falo alegre, friamente,
Sem um tremor de voz, mal sabes tu que estranha
Paixão palpita e ruge em mim doida e fremente!

Florbela Espanca, Vulcões
Fotos do ionline

2 comentários:

Malena disse...

Mi querida Madalena: Los volcanes me impresionan por la fuerza y la destrucción que llevan implícitos.

Es un bello poema el que has elegido.

Mil beijos e mil rosas.

Luis Cardoso - Veleiro Big Rider disse...

Muito bonito poema e imagens Madalena.
Pertinentes ao momento, terra em constante movimento. Por vezes nos esquecemos da magnitude de nosso planeta. Esquecemos até que ele é vivo!
Um abraço, Luís Cardoso