28.11.10

DESPERTAR

Acordei a noite
No meu corpo deitada.



Lenta e estremunhada
Sacudida e rejeitada,
Afastou-se no silêncio
E deixou-me a madrugada.


14.11.10

É ASSIM QUE SE CONTA


Antes de accionar este vídeo, convém suspender a música de fundo do blogue, clicando no sinal II no final desta página, para não haver sobreposição de sons.

13.11.10

NA CALÇADA

Não há estrelas no céu
A dourar o meu caminho,
Mas existem nas calçadas,
Onde as piso com carinho.

11.11.10

ISTO

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.


Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.


Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!



Fernando Pessoa

1.11.10

OLHEM SÓ

Olhem só para estes céus de Outono, dinâmicos na sua mescla de luz e sombras, feitos de réstias de azul que rasgam em riste os nublados cinzentos e se deixam encadear por raios de branco solar que, obstinadamente, tentam iluminar a terra.