Matei a lua e o luar difuso.
Quero os versos de ferro e de cimento.
E em vez de rimas, uso
As consonâncias que há no sofrimento.
Universal e aberto, o meu instinto acode
A todo o coração que se debate aflito.
E luta como sabe e como pode:
Dá beleza e sentido a cada grito.
Mas como as
inscrições nas penedias
Têm maior duração,
Gasto as horas e os dias
A endurecer a forma da emoção.
Manuel Torga, Identidade
1 comentário:
Olá!
este teu texto poético é de uma expressividade como poucas vezes vejo em "letras virtuais".
As construções e as sonoridades entremeiam-se a considerações substanciosas que muito me agradam.Encantei-me e virei mais vezes aqui.
Gostaria, se possível, de adicionar o link de seu blog à minha lista. Obrigado.
Um abraço,
André
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