30.8.12

IMPASSE


Espero, virada do avesso, pela saúde que me deixou, assim de rompante, violentamente, sem mais.

Nem sei bem porquê.

Sobrevivo neste impasse e no desestruturado dia-a-dia.

Olho pela janela o mundo que vivi intensamente e que agora me surge estranhamente inerte e confinado.

Tento agarrá-lo pelas pontas, rebuscando nas memórias, nas paredes brancas de imagens, na varanda do meu quarto e nas janelas virtuais, ditas digitais, onde os dedos não sentem, o coração não vibra, os olhos não choram e a emoção é outra que não aquela que conforta a alma.

O vazio instala-se e tudo é estranhamente sublimado.

Espero, revolvendo dentro de mim, a génese, o sentido, o caminho, o horizonte, a liberdade.

Resta-me tempo no tempo que me falta.

Será no tempo e fora de qualquer lugar que voltarei a voar.




1 comentário:

Anónimo disse...

:************* 2zinha