Sem vidros nem reflexos,
entro por ela adentro
e embrenho-me
no esplendor.
Sem portadas nem mistérios
levo a janela em mim
aromando a Primavera,
que me recheia de cor.
31.3.10
26.3.10
PARA LÁ DAS JANELAS
Olham-me das janelas.
Perscruto o que ou quem me olha, nesse ápice cruzar de olhos, uns vivos, outros fixados.
Foco a objectiva nas vidraças, buscando os reflexos de ruas, de árvores, de estórias, de vidas.
Seguem-me atentos os olhos vivos de vida e fixam-me parados os olhos inertes de bustos.
Sorrio ao olhar felino que, ainda imberbe, segue curioso o meu estar.
Sorrio ao cravo de papel, amarelado pelo tempo e que se junta a um Pessoa de olhar triste, à janela.
E comovo-me no olhar tímido que me sorri docemente, por entre o entrelaçado forjado, envolto em cabelos brancos cor de prata.
E comovo-me no olhar tímido que me sorri docemente, por entre o entrelaçado forjado, envolto em cabelos brancos cor de prata.
MURAIS POMBALINOS
21.3.10
REQUIEM
(.../.)
Mas, de repente, um muro de cimento
Interrompeu o canto
De um rio que corria
Nos ouvidos de todos.
E Letes de silêncio represado
Cobre de esquecimento
Esse mundo sagrado,
Onde a vida era um rito demorado
E a morte um segundo nascimento.
Miguel Torga, Requiem, Antologia
13.3.10
PILARES
Gosto desta foto dos meus Avós maternos.
Palavras como amor, verticalidade, grandeza e dignidade
saltam-me ao espírito e encarnam de imediato
quem tanto amei e respeitei.
Pilares dos meus valores, dos meus afectos,
o meu Avô e a minha Avó eram as mãos dadas
da força com a fragilidade,
da coragem com a fraqueza,
da alegria com a melancolia,
do amor com a fantasia.
Eram a tese e a antítese. Num só.
Acima de tudo foram os suportes a partir dos quais
estruturei quem sou.
Profundamente reflectidos na minha Mãe, continuam a projectar-se
através dela na vida de todos nós, serenamente,
com aquela doce bonomia de quem, perante a adversidade, sempre teve a coragem de saber sorrir e ir em frente.
Honremos os pilares que nos sustentam. E sejamos nós, com eles.
Até à Eternidade.
Palavras como amor, verticalidade, grandeza e dignidade
saltam-me ao espírito e encarnam de imediato
quem tanto amei e respeitei.
Pilares dos meus valores, dos meus afectos,
o meu Avô e a minha Avó eram as mãos dadas
da força com a fragilidade,
da coragem com a fraqueza,
da alegria com a melancolia,
do amor com a fantasia.
Eram a tese e a antítese. Num só.
Acima de tudo foram os suportes a partir dos quais
estruturei quem sou.
Profundamente reflectidos na minha Mãe, continuam a projectar-se
através dela na vida de todos nós, serenamente,
com aquela doce bonomia de quem, perante a adversidade, sempre teve a coragem de saber sorrir e ir em frente.
Honremos os pilares que nos sustentam. E sejamos nós, com eles.
Até à Eternidade.
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