31.3.11

RAÍZES

Em cada dia que passa, as minhas raízes tendem cada vez mais a ficar expostas, rasgando com força a terra das memórias que docemente as cobriam e gritando silenciosamente "Lembra-te de nós!Somos a seiva da tua alma!"

10.3.11

DESROTINANDO

"Quando fixo no papel um pouco dessa rotina, deixa de ser rotina"
João Catarino



Eduardo Salavisa


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José Louro

6.3.11

MÃE NÃO TEM TEMPO

Mãe não tem tempo, é assim como o ar ou o vento.

Não tem idade, não, porque tanto é sábia mulher como menina que brinca no chão.
Mãe para o tempo no tempo. Com ela somos sempre crianças, mesmo engrisalhadas.
Mãe deixa-nos chorar no colo até querermos, passando só mão pelo cabelo. Não nos manda calar nem parar. Aconhechega-nos somente, em silêncio.
Mãe deixa-nos ser sem parecer. É nosso refúgio e conforto.
Mãe não tem espaço também, porque está em todo o lado, a nossa Mãe.
Mãe é assim mesmo, como dois em um. Ela não sendo, sem nós. Nós para ela, só um. 
Mãe é nossa raíz, não pode ser arrancada sem que, com ela, não partamos também. E nós somos da Mãe as flores, os meninos e meninas dos seus olhos, sempre e incondicionalmente, os seus amores.
Mãe não devia adoecer nem padecer, porque isso faz -nos muito doer. E se de tal soubesse, a Mãe tudo largaria para  nos acudir. Só depois, então, se deixaria tempo para sofrer.
Mãe tem de ser eterna. Só pode. Aqui , hoje, nos nossos braços e abraços, ou algures onde esteja, em qualquer lugar, olhando por nós.
Porque Mãe é Mãe. Só há uma. A minha, a nossa, a de cada um. Mas só uma, a de mais ninguém.
E a  minha Mãe, no momento em que de mim foi Mãe, ficou colada para sempre à pele da minha alma. E assim ficará, até à Eternidade.