24.6.12

À MARGEM

"O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,

Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.














O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.




O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.





Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.





Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.









O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele."

16.6.12

A VIDA COMO HORIZONTE

De repente dou por mim a viver um dia de cada vez,
numa lógica de sobrevivência finita.

Diferente do viver cada instante, cada momento,
este estado é tremendo, quase provocatório.

Com o planisfério do corpo e da alma nas mãos,
Sem bússola nem GPS...

Fica-me a Vida como Horizonte.